Os líderes do setor público mundial estão sob pressão para lidar com a convergência das mudanças econômicas, políticas e ambientais da sociedade. A colaboração confiável dos ecossistemas e o uso de dados são os fatores críticos de sucesso para resistir a essas tempestades de disrupção.

Uma crise climática global, fundos críticos de recuperação da pandemia COVID-19, o envelhecimento da população e as oportunidades e desafios de novas tecnologias como a inteligência artificial estão convergindo. Estas mudanças sísmicas exigem que os líderes do setor público em todo o mundo colaborem com empresas privadas, organizações não-governamentais e cidadãos para abraçar mudanças de paradigma.

• A digitalização dos serviços públicos não será suficiente. Os líderes seniores do governo terão que reimaginar serviços pensando como promover empatia cidadã, excelência operacional e a inclusão social.
• Esperar que os primeiros socorristas lidem com a espiral de riscos de segurança e desastres naturais não é ser realista. Os serviços públicos terão que orquestrar a preparação para emergências e a detecção precoce e advertências com a sociedade como um todo.
• Veículos conectados, autônomos, compartilhados e elétricos sozinhos não eliminarão o congestionamento, a poluição e os acidentes de trânsito nas cidades. O projeto urbano e os modelos de negócios de transporte precisarão tornar possível uma mobilidade conveniente, acessível, econômica, segura e ambientalmente sustentável.
• A instrumentação de edifícios e infraestruturas com consumo de energia e sensores de qualidade do ar não irá melhorar a sustentabilidade do ambiente natural e construído. Os edifícios e espaços urbanos e as redes que os conectam (telecomunicações, transporte e logística, energia e água) devem ser redesenhados para um impacto líquido zero e resiliência às mudanças climáticas.

Confiança como a moeda da nova era

Os líderes do setor público em todo o mundo não podem navegar sozinhos por essas tempestades de perturbação. De fato, de acordo com uma pesquisa da IDC com 230 executivos do governo europeu, 20% ou mais dos entrevistados indicaram que são prejudicados pelo escrutínio do orçamento, sistemas e processos legados, lacunas de capacidade e habilidade, falta de acesso a dados confiáveis e granulares, resistência organizacional à mudança, falta de planos estratégicos para adotar e desenvolver tecnologia, preocupações com privacidade, conformidade legal e regulatória e a confiança limitada dos cidadãos.

Desafios-chave para a inovação tecnológica no governo

Fonte: IDC Europe, Government Insights, agosto de 2022; Respondentes = 230

Além disso, as próprias tecnologias que estão ajudando-os a alcançar seus resultados estratégicos também democratizaram a desinformação e expandiram o perímetro das vulnerabilidades cibernéticas.

Os líderes do setor público só terão sucesso se eles:

• Colaborarem com o ecossistema das empresas privadas, academia, organizações não governamentais e cidadãos.
• Transformarem dados em percepções inteligentes para tomar decisões políticas baseadas em evidências, operacionais e de serviço ao cidadão.

A moeda comum desses dois fatores críticos de sucesso é a confiança. A confiança é o tecido conjuntivo que permitirá às instituições públicas e às empresas privadas projetar e operar modelos de negócios de ecossistema vantajosos para todos. A confiança é também a base da coleta, compartilhamento e análise ética, transparente e segura de dados para extrair percepções inteligentes. A confiança é o pilar que dá aos cidadãos a confiança de que os governos usarão dados e tecnologia para estimular seu comportamento em direção ao bem comum, sem violar sua dignidade.

Ecossistemas alimentados por confiança e o uso inteligente de dados proporcionarão aos líderes do setor público uma gama de vantagens, como:

• Permitir administrações públicas de alto desempenho que aproveitem o conhecimento 360° das necessidades e preferências dos cidadãos para tornar a burocracia invisível e serviços centrados no ser humano, incluindo assim os grupos mais vulneráveis, tais como refugiados, idosos e pessoas com deficiência.
• Dimensionar as capacidades das agências de segurança pública e de segurança para usar sistemas de alerta precoce, sistemas de comunicação de emergência, biometria inteligente contra ameaças de segurança cibernética e inteligência em vídeo para ajudar a sociedade a prevenir, reagir e se recuperar de ataques cibernéticos, atos criminosos e desastres naturais, ao mesmo tempo em que garante que os oficiais estejam seguros e produtivos e que os cidadãos realizem seus negócios diários incólumes.
• Conectar meios de transporte através da conectividade entre veículos e coisas, gestão inteligente de tráfego, logística inteligente, planejamento inteligente de viagens, bilhetagem integrada e infraestrutura inteligente de carregamento elétrico que permita experiências de mobilidade contínua e sustentável.
• Implantar redes inteligentes e capacidades avançadas de simulação digital para fazer uma transição dinâmica em direção a um ambiente construído de rede zero, circular e resiliente.

Líderes do setor público que podem dimensionar o impacto de ecossistemas confiáveis e o uso inteligente de dados desencadearão a paz e a abundância. Aqueles que não desperdiçarem o financiamento sem precedentes que os planos de recuperação pós-pandêmica disponibilizaram, prejudicarão ainda mais a confiança dos cidadãos no setor público.